3/11/2014 – SITE ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DE SC

Congresso Estadual de Magistrados debate soluções para tornar Justiça mais ágil
Durante os dois dias (31/10 e 01/11) do tradicional Congresso Estadual de Magistrados, promovido pela Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC), os juízes catarinenses estiveram reunidos no hotel Majestic, em Florianópolis, para ouvir especialistas e debater sobre os desafios do Poder Judiciário, bem como apontar caminhos e soluções para tornar a Justiça mais ágil. Com o tema central “Efetividade da Justiça: um compromisso da magistratura em favor da sociedade”, o evento reuniu cerca de 250 juízes de todo o Estado, que participaram de debates pertinentes à Justiça e à sociedade. Ao final do encontro, foi aprovada a Carta de Florianópolis, com nove proposições para agilizar a tramitação dos processos judiciais (segue, ao final do texto, a íntegra da Carta). O documento será entregue a diversos órgãos, entre eles, ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), Conselho Nacional de Justiça, Fórum Parlamentar Catarinense e agências reguladoras.
Na noite de sexta-feira, 31 de outubro, a abertura das atividades contou com a participação de magistrados e autoridades. Além do anfitrião, o presidente da AMC, juiz Sérgio Luiz Junkes, compuseram a mesa o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), Nelson Schaefer Martins, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos Costa, os senadores Luiz Henrique da Silveira e Casildo Maldaner, o prefeito de Florianópolis em exercício, vereador Tiago Silva, o Corregedor-Geral da Justiça Luiz Cézar Medeiros, o Procurador Geral do Estado de SC, João dos Passos Martins Neto, representando o governador, e o Diretor Jurídico da Federação das Indústrias do Estado de SC, José Carlos Kurtz.
Em seu discurso, o presidente a AMC destacou que a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de se discutir não só o papel da magistratura e sua importância no contexto do Estado Democrático de Direito, mas também entender as razões e as dificuldades que a Justiça brasileira tem para entregar uma prestação jurisdicional em tempo razoável ao cidadão que a ela recorre com o intuito de fazer valer os seus direitos. “Há um paradoxo que precisa ser melhor explicado e compreendido: os nossos juízes estão entre os mais produtivos do mundo, e, mesmo assim, continuam sendo excessivamente cobrados por mais celeridade no andamento dos processos. Quais as razões para tamanha discrepância? Muitas, entre elas, o excesso de demandas, que já somam 93 milhões de ações judiciais em todo o Brasil; a ampla possibilidade de recursos judiciais; e o número insuficiente de servidores e magistrados”, frisou.
Na sequência, a AMC fez uma homenagem ao Conselheiro Salomão Ribas Júnior, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, como “amigo da magistratura”, por sua atuação como homem público e luta em favor da Justiça. “Eu não me considero merecedor de tal homenagem. Mas o profundo respeito que tenho pela magistratura fazem que me sinta, neste momento, emocionado e honrado”, agradeceu Ribas Júnior.
A conferência de abertura ficou a cargo do economista e cientista social Eduardo Giannetti, considerado um dos pensadores mais respeitados pelo mundo acadêmico e empresarial brasileiro. Durante uma hora de explanação, ele fez uma análise do atual cenário econômico do país. Segundo Gianetti, a expressão que melhor define o momento é “reversão de expectativas”. “Há alguns anos, o país despontava como uma estrela entre os países emergentes, acompanhado de um movimento de igualdade social. Mas esse momento não se sustentou. Teremos um crescimento pífio, em 2014, de apenas 0,3%. É muito baixo”, salientou o economista. “O alento é que o emprego se mantém elevado e a renda real das famílias também. Pelo menos por enquanto”, complementou.