Supremo julga tese catarinense sobre a revisão da dívida pública com União

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia na tarde desta quarta-feira, 27, em Brasília, o julgamento da tese de Santa Catarina contra a cobrança de juro sobre juro na renegociação da dívida pública dos estados com a União.

O governador Raimundo Colombo, o procurador-geral do Estado, João dos Passos Martins Neto, e o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, estão em Brasília para acompanhar a votação.

O governo de Santa Catarina questiona a decisão do governo federal de tentar mudar a Lei Nº 148 por meio do Decreto Nº 8.616, penalizando os estados com a cobrança de juro sobre juro na dívida pública.

“Estamos com muita esperança, porque fizemos um grande trabalho, conversamos com um por um dos ministros e com representantes do governo. A pressão do governo federal está muito grande, mas acreditamos na força jurídica da nossa tese. A atual cobrança da dívida dos estados é muito injusta, ela compromete a capacidade de investimento dos estados e, hoje, com a queda da arrecadação, pode comprometer até a qualidade dos serviços públicos”, defende o governador Colombo.

O procurador-geral João dos Passos Martins Neto explica que o julgamento do mérito da tese catarinense começa na sessão desta quarta, 27, podendo terminar no mesmo dia com parecer favorável para uma das partes ou ser interrompido e ter continuidade apenas em outra sessão, caso, por exemplo, algum dos ministros apresente pedido de vistas (solicitação formal para analisar melhor o tema, adiando a votação).

No caso de Santa Catarina, por exemplo, a mudança proposta pelo governo federal teria forte impacto nas contas do Estado. Em 1998, o Governo de Santa Catarina e a União firmaram contrato de refinanciamento da dívida pública catarinense que à época somava R$ 4 bilhões. Até o final de 2015, o Estado já pagou R$ 13 bilhões. Com o novo decreto, no entanto, a dívida ainda somaria R$ 9,5 bilhões.
Santa Catarina já obteve liminar favorável no STF e decisões semelhantes também beneficiaram outros estados, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Pará, Alagoas, Sergipe e Mato Grosso do Sul.

(Com informações do jornalista Alexandre Lenzi – Secom)