7 e 8/2/2015

DIÁRIO CATARINENSE

Petrobras – Novo presidente, mesmas críticas
Escolha de Aldemir Bendine para comandar a estatal não foi bem recebida pelo mercado. Avaliação é de que não será um gestor autônomo
A Petrobras tem um novo presidente. Aldemir Bendine não aparecia nas listas de possíveis substitutos de Graça Foster – que pediu demissão na quarta-feira, juntamente com cinco diretores –, e deixa a presidência do Banco do Brasil (BB) para assumir a petrolífera. Seu nome foi aprovado ontem pelo conselho de administração da companhia, por 7 a 3 – representantes dos acionistas minoritários e dos empregados votaram contra. A informação de que teria sido o escolhido pela presidente Dilma Rousseff começou a circular pouco antes das 10h e logo se refletiu na bolsa de valores. A confirmação do novo presidente ocorreu pouco antes das 16h.
A indicação não foi bem recebida pelos investidores, e as ações da companhia fecharam o dia em baixa. Na visão de boa parte do mercado, Bendine não tem autonomia suficiente em relação ao Planalto para resgatar a credibilidade da companhia. Os papéis preferenciais da Petrobras, os mais negociados, fecharam o dia em queda de 6,94%, para R$ 9,12. Na semana, acumulam alta de 11,5%. As ações ordinárias, com direito a voto, fecharam com retração de 6,52%, para R$ 9,03. Na semana, subiram 12,3%.
A interlocutores, Dilma disse que optou por uma saída financeira, e não uma solução técnica, ao escolher Bendine. A presidente quer que o executivo reproduza na estatal o modelo de gestão implantado no BB. Para ela, um nome com amplo conhecimento do mercado de petróleo não necessariamente resolveria o problema na atual fase da crise. À frente do BB desde 2009, Bendine tem amplo trânsito com presidentes de bancos, em especial o Bradesco, e, na avaliação do Planalto, tem melhores condições de resolver o imbróglio financeiro do balanço não auditado da petroleira em razão do escândalo de corrupção.
Esforço para ficar no governo
Bendine estava praticamente fora do BB desde o final do ano passado – sua saída foi adiada até a nova equipe econômica assumir – e trabalhava para permanecer no governo, possivelmente indo para o BNDES ou alguma outra estatal de prestígio. O novo presidente é considerado mais um político do que um executivo técnico. Por outro lado, preservou a boa governança e relativa transparência do Banco do Brasil.
Na reunião do conselho, o representante dos empregados, Silvio Sinedino, fez um longo discurso para justificar o seu voto contrário. Ele propôs mudanças no método de escolha dos diretores e sugeriu a seleção por meio de empresas especializadas em recrutamento. No texto, diz que as indicações por partidos políticos “acabam cobrando um alto preço em corrupção e malfeitos”.

Depoimento aponta favorecimento da Arxo
Mário Góes, segundo o MPF, teria atuado como operador financeiro em nome de várias empresas e/ou consórcios de contratadas pela Petrobras e tratava do pagamento de propinas. É ele quem levaria informações privilegiadas à Arxo, condição que garantiria a exclusividade no fornecimento de tanques à BR Distribuidora. Depoimentos ao MPF indicam que Góes seria o operador financeiro da Arxo e levaria as propinas, entre 5% e 10% dos contratos a empregados da BR Distribuidora. O dinheiro seria entregue a Góes a cada dois ou três meses na própria sede da Arxo ou no Rio de Janeiro.

A testemunha-chave relatou que os sócios da empresa, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira Neto, que foram presos, não só tinham conhecimento sobre o pagamento da propina como coordenavam a atividade. Para disfarçar os pagamentos, destaca a testemunha, a empresa compraria notas fiscais frias de empresas de terceiros, “algumas delas com endereços inexistentes”.
A testemunha também citou ao MPF ainda que um avião da Arxo teria sido usado para levar empregados da BR Distribuidora no Rio de Janeiro para passear e que eles seriam levados para passear no Rio de Janeiro.

MOACIR PEREIRA

Julgamentos
Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina manteve em 2014 a mesma produtividade do ano anterior. Foram julgados 25.306 processos. Desde 2009, o TRT-SC julga mais de 25 mil ações por ano. O recorde registrou-se em 2012, quando o Tribunal julgou 30,3 mil processos. Os desembargadores receberam no ano passado 29.759 processos.
Relatórios do Tribunal Regional do Trabalho indicam que nos últimos 15 anos dobrou o número de processos para julgamento. No final do século passado, o TRT tinha média de 14 mil processos para analisar. No período, o número de desembargadores permaneceu o mesmo. São 18 magistrados, sendo que três ocupam cargos na administração.

CACAU MENEZES

Bem na foto
Escritório de advocacia Guimarães e Santiago, de Floripa, especializado em direito empresarial e tributário, ficou em segundo lugar no Estado, categoria Escritório Mais Admirado, no ranking 2014 do recém-divulgado anuário Análise Advocacia 500, que avalia o desempenho das principais bancas do país com base em informações do mercado jurídico brasileiro.

SITE TJ/SC

Desembargadores Sérgio Baasch Luz e Vanderlei Romer tomam posse no TRE-SC
Uma cerimônia realizada no auditório do Tribunal de Contas do Estado, no centro de Florianópolis, marcou a posse do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), desembargador Sérgio Roberto Baasch Luz, e de seu vice-presidente e corregedor, desembargador Vanderlei Romer.
O desembargador Romer, em seu último discurso como presidente do TRE-SC, agradeceu a todos os que com ele trabalharam durante o ano em que esteve na presidência, e recordou os desafios e projetos desenvolvidos com êxito. “O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina estará nas ótimas mãos do desembargador Sérgio. Desejo a ele pleno sucesso na missão que hoje assume, e que Deus traga sempre muitas alegrias e saúde”, concluiu.

SITE GOVERNO DE SC

Execuções fiscais ajuizadas pela PGE garantem R$ 75,8 milhões para SC
Em 2014, Santa Catarina arrecadou R$ 75,8 milhões graças ao pagamento, por parte dos devedores, das execuções fiscais ajuizadas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). O balanço é do chefe da Procuradoria Fiscal, Juliano Dossena.
Os procuradores da Capital concentraram a maior parte da arrecadação, R$ 25 milhões. Em segundo lugar está a Procuradoria Regional de Joinville, com R$ 8,3 milhões, seguido por Criciúma, R$ 8,2 milhões; Blumenau, R$ 6,8 milhões; Itajaí, R$ 6,6 milhões, e Mafra, R$ 6,3 milhões.
Por outro lado, as procuradorias regionais de Jaraguá do Sul, Tubarão e Caçador conseguiram, cada uma, cobrar dos devedores cerca de R$ 3 milhões.
As procuradorias regionais restantes (Chapecó, Curitibanos, Joaçaba, Lages, Rio do Sul e São Miguel do Oeste) arrecadaram juntas em torno de R$ 5,6 milhões.