4/5/2015

DIÁRIO CATARINENSE

Ataques isolados desafiam a polícia a ampliar táticas contra criminosos
Monitoramento de facções não tem sido suficiente para frear atentados a coletivos pelo Estado. Ações registradas nos últimos meses foram organizadas de forma aleatória, sem salve-geral, e teriam sido represálias a ações policiais isoladas
Monitorar facções, integrar setores de inteligência, transferir presos líderes para penitenciárias federais são exemplos de sucesso de um passado recente que frearam ondas de violência espalhadas em Santa Catarina, principalmente ataques a ônibus.
Agora, sem comando único e ordem direta e cada vez mais enfraquecidos com as constantes ações policiais, os criminosos desafiam a polícia praticando atentados de forma aleatória e sem a sinalização orquestrada nos chamados “salve-geral” (ordem de ataque) que partem de presídios.
No intervalo de seis dias (22 a 28 de abril), bandidos levaram medo a passageiros de ônibus em três oportunidades na Grande Florianópolis e conseguiram incendiar dois dos alvos. Não há notícia que algum deles tenha sido preso ou apreendido – num dos casos, em São José, eram adolescentes à frente da ação.
A Polícia Militar (PM) se apressou em descartar a ligação dos casos e a associação com o crime organizado, não prevendo nada semelhante a outras quatro ondas de ataques a ônibus registradas no Estado desde 2012.
O DC apurou que há interpretações que podem explicar a retomada desse tipo de modalidade criminosa. Uma delas é a de que bandidos decidem queimar ônibus repentinamente e sem comando vindo de líderes que estão em presídios. Como motivação para os criminosos basta concluírem que alguma ação policial contra comparsas tenha sido desproporcional, ilegal ou de humilhação.
 
Suspeitos de intermediar propina fizeram 2,2 mil visitas à estatal
A Petrobras informou à Justiça Federal do Paraná, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que 10 pessoas suspeitas de intermediar pagamentos de propina no esquema de corrupção que atuava na estatal fizeram 2.226 visitas à sede da empresa, no Rio de Janeiro, entre 2000 e 2014. As informações são do portal de notícias G1.
De acordo com o site, pelos registros da petroleira entregues na última quinta-feira, os operadores que mais circularam pela companhia ao longo de 14 anos foram Luis Eduardo Campos Barbosa (727 visitas) e Zwi Skornicki (532).
Campeão de visitas à Petrobras, Barbosa é apontado pelo MPF como sócio de Júlio Faerman, representante da empresa holandesa SBM Offshore, suspeita de pagar propina a funcionários da estatal do petróleo para obter contratos. O ano em que Barbosa mais visitou a empresa foi 2009, quando ele foi 139 vezes à sede da companhia para se reunir, entre outras pessoas, com o ex-diretor de Serviços Renato Duque e com o ex-gerente Pedro Barusco, réus em processos da Operação Lava- Jato que tramitam na Justiça Federal do Paraná.

MOACIR PEREIRA

A cabeça
A nova proposta do governo para retomada das negociações com os professores será analisada hoje pelo comando da greve. Nova assembleia estadual foi convocada para quarta-feira. O Sinte avalia que na queda de braço com o governo está a crise com o PMDB. Há setores apoiando os grevistas porque estariam apostando na queda do secretário Eduardo Deschamps. O PMDB está de olho no cargo.

COLUNA RAÚL SARTORI

Luta de classes
No Fórum de São Bento do Sul estão sendo gastos R$ 1,3 milhão em um estacionamento coberto só para magistrados. Para os demais a opção é um terreno particular no outro lado da rua, onde os veículos atolam na lama em dias de chuva. Esse mesmo terreno estava à venda por 650 mil, que não despertou interesse do TJ-SC, que alegou não ter orçamento.
 
Tortura
O fato de SC não possuir um sistema de prevenção e combate à tortura em funcionamento, está mobilizando a Assembleia Legislativa para, em parceria com o Conselho Regional de Psicologia, OAB e Tribunal de Justiça, a promover articulações para criação de um Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. Providencial, é bom dizer. No momento existem mais de 200 ações penais em andamento na Justiça estadual investigando a abominável prática, com uma média de seis ações iniciadas todos os meses.

BLOG DO PRISCO

A justificativa de Eduardo Moreira
Diretamente de Nova Iorque, onde se encontra há quase duas semanas para fazer um curso de inglês, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira foi para imprensa local, via telefone, chorar as mágoas deste início de segundogoverno.
Declarou que não manda nada, que ninguém o respeita, deixando claro que seria uma espécie de rainha da Inglaterra, desprovido de qualquer poder. Nem o líder da oposição faria melhor. Uma situação absolutamente sui generis, chegando a ser patética. Moreira é de Laguna, mas faz política em Criciúma, onde já foi prefeito no começo dos anos 1990. Até hoje, ele mantém-se como o político mais influente da cidade o que, aliás, é mérito dele. E resolveu torpedear o governo do qual ele e seu partido, o PMDB, fazem parte, depois da morte de uma jovem e influente médica criciumense.
O brutal assassinato gerou forte comoção na cidade, que registra índices crescentes de violência. Evidentemente que a sociedade local partiu para cima de seu representante maior, até porque Segurança Pública é assunto de Estado.
Acuado e muito distante (a glamourosa Big Apple fica a 8.150 quilômetros da maior cidade do Sul catarinense), parece muito claro que o vice resolveu atacar como forma de se justificar, tirando o corpo fora; e transferir a responsabilidade para o governador.
Outro ponto a ser considerado é o futuro político dos caciques do próprio PMDB e da aliança peemedebista com o PSD no contexto estadual. Como Luiz Henrique da Silveira vem se movimentando e sendo cobrado para disputar o pleito de 2018, pois seria a única figura capaz de unir o PMDB, manter o PSD aliado e trazer de volta o PSDB, isso pode estar incomodando Pinho Moreira. A capacidade de aglutinação do senador acaba inibindo perspectivas de futuro para outras figuras de relevo nas hostes do velho Manda Brasa.