29/9/2014

DIÁRIO CATARINENSE

Polícia apura nova onda de ataques
Facção criminosa de SC é investigada pornova série de ataques na Grande Florianópolis
Os setores de inteligência das polícias Civil e Militar e as equipes especializadas no combate ao crime organizado buscam a identificação dos responsáveis por uma nova onda de atentados a ônibus e a policiais na Grande Florianópolis.
A cúpula da segurança e o próprio governo usam a cautela na divulgação dos detalhes da investigação, mas deixam claro que facções criminosas podem estar mais uma vez por trás da violência registrada até a noite deste domingo, com pelo menos quatro ônibus incendiados, tiros contra casas de policiais e a bases das polícias Civil e Militar.
A linha mais forte de investigação, conforme o DC apurou, trata de nova ordem para ataques a mando da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) por motivos como a vingança a ações policiais nas ruas, principalmente a mortes de criminosos em confrontos. Um ponto tranquilizador é que as polícias teriam conseguido interceptar no fim de semana uma ligação telefônica com determinação imediata para cessar os ataques.
O desafio das polícias é identificar a origem da ordem de comando dos atentados. Agentes penitenciários do Departamento de Administração Prisional (Deap) também estão envolvidos no trabalho. A facção mantém lideranças fortes em vários presídios do Estado, mas os 30 principais líderes do PGC encontram-se em presídios federais.

PM e Civil estão articuladas para identificar suspeitos
O governador em exercício, Nelson Schaefer Martins, se pronnciou em entrevista coletiva na tarde de ontem ao lado dos secretários da Segurança, César Grubba, do secretário da Justiça e Cidadania, Sady Beck Júnior, e dos comandos das polícias Civil e Militar e do Instituto Geral de Perícias (IGP).
O governador declarou que as facções estão sendo investigadas, que a missão se concentra em identificar a origem, o mando e o comando das ordens. Segundo Schaefer, o objetivo é sufocar o movimento criminoso o mais rápido possível, inclusive cumprindo ordens de prisão dos suspeitos investigados que foram identificados.
O secretário da Segurança lembrou que uma das linhas de investigação é que os atentados sejam vingança à morte de Cesar Machado, 33 anos, que morreu após confronto com PMs do 7º Batalhão, às 3h40min de ontem, no Bairro Serraria, em São José. Machado tinha antecedentes criminais e era um dos suspeitos de ataques ocorridos na sexta-feira. O comparsa dele, Tiago Maciel, 19, foi baleado e está hospitalizado.

VISOR

Para tudo
Hoje tem paralisação dos juízes federais em todo o país. Em Santa Catarina, os engenheiros agrônomos e veterinários também cruzam os braços. Amanhã é a vez dos bancários entrarem em greve. Os funcionários da Comcap, em Florianópolis, também sinalizaram mais uma mobilização. Em todos os casos, reservadas as devidas peculiaridades de cada profissão, a reivindicação é a mesma: valorização da carreira.

MOACIR PEREIRA

Conselheiro
O ministro catarinense Marco Aurélio Gastaldi Buzzi, do Superior Tribunal de Justiça, foi nomeado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para integrar o Conselho Consultivo da Presidência do Conselho Nacional de Justiça. O Conselho Consultivo foi criado pela Portaria no 160, no dia 22 de setembro.

Agilidade
O ministro Marco Aurélio Buzzi é uma das maiores autoridades no Judiciário em conciliação. Implantou unidades em Santa Catarina quando atuou como desembargador. Especializou-se nesta matéria e vem fazendo palestras pelo Brasil defendendo a solução amigável dos conflitos como forma prática e ágil de aplicação da Justiça.

COLUNA PRISCO PARAÍSO (AN)

Bloqueio
Juiz Luiz Fornerolli, da Vara da Fazenda da Capital, determinou que o Banco Central bloqueie R$ 100 mil da campanha de Dário Berger, candidato ao Senado. O peemedebista está com os bens bloqueados pela Justiça, em função do grande número de processos a que responde, mas mesmo assim fez “doação” neste montante ao seu próprio projeto eleitoral.
A Justiça quer saber a origem do dinheiro. Fornerolli assinalou: “Em razão disso, e tendo em vista que o erário não se encontra totalmente garantido pelos bens até então indisponibilzados, e considerando a possibilidade financeira do réu, demonstrada quando da doação de montante substancial a sua campanha eleitoral, bem como sua manifesta intenção de esvaziar seu patrimônio, revela-se justa a intenção do autor popular em ver garantida eventual restituição aos cofres públicos”.
A assessoria de Berger alega que os valores, que recebe mensalmente da sociedade com os irmãos, não estão bloqueados.