25/8/2014

DIÁRIO CATARINENSE

Entrevista | Raimundo Colombo –  “O grande problema é a burocracia”

O Diário Catarinense começa hoje uma série de entrevistas com os candidatos ao governo de Santa Catarina. A ordem de publicação segue o critério de representação na Câmara dos Deputados das coligações e partidos. Aos quatro que têm maior tempo de TV – pela ordem: Raimundo Colombo (PSD), Paulo Bauer (PSDB), Cláudio Vignatti (PT) e Afrânio Boppré (PSOL) –, foram feitas cinco perguntas iguais. Os outros quatro candidatos de siglas de menor porte foram convidados a fazer uma apresentação da candidatura. A íntegra das respostas dos candidatos está no site do DC em texto e vídeo.

Qual é hoje o grande problema do estado?

É a burocracia. Conseguimos chegar a um estágio em que termos recursos para investir e temos as obras escolhidas. Agora, a lei 8.666 (Lei das Licitações) é uma lei muito injusta. Ganha a empresa com o menor preço. Se ela tem condições de fazer a obra ou não, é outro departamento. Isso vale para escola, ponte, estrada, posto de saúde, penitenciária. Gerenciar esse trabalho é o maior desafio para a gente. É a burocracia, emperra aqui, emperra ali. Os parceiros também não se sentem cobrados, temos que melhorar essa questão da cobrança, da busca da eficiência, da fiscalização, da qualidade das obras. Como eu disse: temos os recursos, as obras foram, a maioria, selecionadas, vencemos as etapas burocráticas. Agora tem que fazer isso tudo deslanchar. E cuidar muito da qualidade.

Qual o plano para as 36 secretarias regionais?

Nós fortalecemos muito a parte operacional. Eu viajava pelas estradas e enlouquecia quando encontrava uma estrada com muito buraco. Aí tem que ligar pro Deinfra em Florianópolis, aí a empresa que ele contratou cuidava de diversas regiões do Estado. O que a gente fez? A gente passou para cada secretaria regional cuidar dessa parte da roçada, da limpeza das valetas, da saída de água, da operação tapa-buraco. O conceito está correto. O custo das regionais com salários, comissionados, é 0,04%, um valor bem pequeno. Nossa ideia é dar mais atribuições, melhorar a condição e adequar elas a esse novo desafio que é um processo de desenvolvimento equilibrado do Estado.

Fim da ambulancioterapia: é uma meta atingível?

Já melhoramos muito. Hoje temos oito unidades de quimioterapia e radioterapia, tratamentos sendo feitos lá. Eu estava esses dias comemorando um ano de ativação do sistema de radioterapia em Lages. É um ganho extraordinário. Aquelas pessoas vinham todos os dias, de ônibus, fazer o tratamento aqui. Não tem mais o ônibus e melhorou o atendimento aqui, porque diminuiu a demanda. Isso está sendo feito. O Hospital de São Miguel do Oeste ultrapassou 100 mil atendimentos, ele foi ativado em 2011. O Hospital de Concórdia tem um centro de diagnósticos que é um dos melhores do Sul do Brasil, todas as demandas estão sendo feitas lá. Estamos construindo hoje 10 novos hospitais, 1,5 mil novos leitos, uma quantidade muito grande de UTIs. Esse trabalho é permanente. A cada passo como esse, você diminui a questão da ambulancioterapia. Mas tem que continuar com muito tempo para conseguir alcançar as metas.

O que pretende fazer para descompactar a tabela salarial do magistério?

Quando foi definido o valor do piso, a gente passou a pagar imediatamente. O que tem em SC, é que além do piso temos a regência de classe, que outros Estados incorporaram. O piso, mais a regência de classe, mais a questão de tempo, ficou um valor alto. O primeiro aumento foi de 22%. Passamos de uma folha da educação de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,7 bilhões. O Estado não comporta. O que aconteceu? Achatou a tabela. Isso é injusto, mas não tinha outro jeito. O que precisa fazer agora é recompor esse quadro que, de fato, é preciso reconhecer, houve um prejuízo. Qual é a chance que a gente tem? A chance é que com o pré-sal, o governo federal estabeleceu que parte desse dinheiro tem que ser destinado à saúde e à educação. Isso é um dinheiro novo que está chegando aos Estados e municípios. O que temos que ir fazendo enquanto isso não toma volume? É ir recompondo a cada ano um pouquinho.

 

VISOR

Reforço na estrada

Amanhã deve ser oficializada a incorporação de 96 agentes da Polícia Rodoviária Federal no efetivo da corporação que atua em Santa Catarina, um reforço de quase 20%. São 48 da turma recém-formada na academia e outros 48 que serão transferidos para o Estado de outras unidades.

 

MOACIR PEREIRA

Fora do ar

Os comerciais de propaganda do governador Raimundo Colombo foram retirados do ar no fim de semana por decisão do juiz eleitoral Marcelo Krás Borges. Desde quarta-feira estas inserções, segundo os partidos adversários, estavam invadindo ilegalmente o horários dos candidatos à Câmara e Assembleia.