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Ministro do STJ diz que adoeceu após citação em delação
Napoleão Nunes Maia: Todo santo dia de manhã eu vejo essa pessoa [que adoeceu] quando faço a barba
O ministro Napoleão Nunes Maia, do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Superior Eleitoral, fez uma espécie de desabafo nesta quinta-feira (17/05) ao comentar citação a seu nome em delação premiada e criticar a imprensa. O magistrado contou aos colegas da Corte eleitoral que adoeceu após ter sido envolvido em uma colaboração.
A fala ocorreu durante o julgamento que rejeitou um representação do deputado Jair Bolsonaro(PSL-RJ) contra o teor de perguntas feitas sobre notícias de seu aumento patrimonial em uma pesquisa do Datafolha. O ministro avaliava efeitos de insinuações nos questionários e colocou em dúvida a neutralidade dos levantamentos.
“Será que é apenas informação colocar um magistrado na capa de revista apontando que fez esse ou aquele ilícito? É liberdade de imprensa? podemos dizer apenas informando e fazendo propaganda psicológica adversa, subliminar contra reputação, conceito, a paz de espírito … Morro de medo disso porque conheço uma pessoa que adoeceu por conta disso. Uma pessoa que vejo todo santo dia de manhã quando faço a barba. Vítima de insídia. Não consegui desfazer isso. [Publicam] apenas informando que fulano de tal disse isso … Eu na lama.. Informar é isso?”.
O ministro afirmou que não é favorável à censura, mas contra o desvirtuamento da liberdade. Napoleão deu exemplos de questões tendenciosas, insinuando algo verídico ou inverídico.
“Você sabia que fulano de tal foi mencionado e delação? O que está dizendo o sujeito? Nada, está perguntado, mas a partir daquele momento o sujeito mencionado está execrado. Fui testemunha disso. Consta que foi mencionado o nome do juiz fulano. Acabou-se o sujeito”, disse. “Você sabia que fulano é pedófilo? Está dizendo que é pedófilo. Não sabia? Ficou sabendo agora”.
O magistrado disse que se assusta com essas coisas. “Sabe porque só quem nunca foi alvejado por esse tipo de coisa não sabe o que significa. Faz pergunta desabonadora a respeito de julgador. Sabia que fulano de tal mencionou nome dele? Não esto dizendo nada. Não to dizendo nada?.
Segundo Napoleão, há quesitos tendenciosos, indutores que não provocam debate, mas agressão ao conceito de alguém.
Na delação da J&F, o colaborador Francisco Silva contou a procuradores ter conversado com Willer Tomaz, advogado preso na operação Patmos, sobre a suposta interferência do ministro do STJ em favor da empresa. Napoleão nega.