A Procuradoria Geral do Estado (PGE) está participando da Comissão Estadual da Verdade “Paulo Stuart Wright”, que examinará violações de direitos humanos ocorridos por motivação política entre 1946 e 1988 em Santa Catarina.
A Comissão é composta pelo procurador do Estado Naldi Otávio Teixeira; por dois membros da OAB/SC, Marcos Antônio Luiz da Silva e Anselmo Livramento Machado; pela deputada estadual Luciane Carminatti e pela coordenadora do Coletivo Catarinense pela Memória, Verdade e Justiça, Derlei Catarina de Luca.
Desde o início dos trabalhos, em 3 junho, a Comissão já ouviu inúmeros depoimentos de vítimas da truculência promovida por agentes públicos, entre eles, o ex-preso político Celso Padilha, que militou em movimentos estudantis e no antigo MDB, e o casal de escritores Salim Miguel e Eglê Malheiros, que foram presos em Florianópolis em abril de 1964, pouco depois do golpe militar.
Em reunião no início desta semana foi definido que até a metade deste mês a Comissão pretende ouvir o advogado Rogério Queiroz, que sofreu perseguição durante a última Ditadura Militar. Em setembro, a Comissão também fará uma sessão especial para ouvir mulheres vítimas de violações dos direitos humanos nas mais de quatro décadas analisadas.
O objetivo da Comissão é colher informações que ajudem no esclarecimento dos abusos que caracterizam violações aos direitos humanos por motivação exclusivamente política. As informações deverão ser encaminhadas periodicamente para auxiliar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade.
A Comissão foi criada em março deste ano pelo governador Raimundo Colombo através do Decreto Nº 1.415. O nome da Comissão homenageia Paulo Stuart Wright, deputado estadual catarinense nascido em Herval d’Oeste, em 1933, e que teve o mandato cassado em 1964, logo após o golpe militar. Atuando na clandestinidade, foi preso em São Paulo em setembro de 1973 e desapareceu.