Portal Juscatarina (3/10/2017)

PGE defende investigação de operação que resultou na prisão de reitor
O procurador-geral do Estado, João dos Passos Martins Neto, emitiu nota de pesar no final da tarde desta segunda-feira lamentando a morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancelier de Olivo.
No texto, Neto considera que houve abuso de autoridade, o que para ele teria contribuído para agravar o quadro psicológico do reitor, que na manhã desta segunda-feira tirou a própria vida em um shopping na região central de Florianópolis. O procurador-geral defendeu a apuração das responsabilidades civis, criminais e administrativas das autoridades policiais e judiciárias envolvidas.
Confira, abaixo, a íntegra da nota:
NOTA DE PESAR
O Procurador Geral do Estado vem a público manifestar profundo pesar pelo falecimento do Professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, bem como solidarizar-se com seus familiares e amigos.
A morte de Cancellier enluta Santa Catarina pela perda de um de seus filhos mais ilustres, um homem digno, de poucas posses, que devotou os últimos anos de sua rica trajetória profissional à nobre causa do ensino, da pesquisa e da extensão universitárias.
A tragédia de sua partida ocorre sob condições revoltantes. As informações disponíveis indicam que Cancellier padeceu sob o abuso de autoridade, seja em relação ao decreto de prisão temporária contra si expedido, seja em relação à imposição de afastamento do exercício do mandato, causas eficientes do dano psicológico que o levaram a tirar a própria vida.
Por isso, respeitado o devido processo legal, é indispensável a apuração das responsabilidades civis, criminais e administrativas das autoridades policiais e judiciárias envolvidas.
Que o legado do Professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo seja, em meio a tantos outros bens que nos deixou, também o de ter exposto ao país a perversidade de um sistema de justiça criminal sedento de luz e fama, especializado em antecipar penas e martirizar inocentes, sob o falso pretexto de garantir a eficácia de suas investigações.
João dos Passos Martins Neto
Procurador-geral do Estado