Comunidades da Agronômica e morros do entorno protestam contra possível saída do Direto do Campo
Oficial de Justiça esteve no local com pedido de reintegração de posse e comércio tem dez dias para deixar o terreno; Prefeitura garantiu que creche e posto de saúde não serão fechados
Cerca de 40 moradores dos bairros da Agronômica, Morro do Horácio, Morro do 25,Santa Vitória, Vila Santa Rosa e Nova Trento protestaram na manhã desta terça-feira, 21, pela permanência do Direto do Campo, creche Irmão Celso, posto de saúde e área de lazer.
Com cartazes, panelas e gritos de ordem, os manifestantes pedem a continuidade das estruturas naquele espaço — considerado área nobre de Florianópolis. Os protestantes pararam o trânsito da Rua Delminda Silveira por aproximadamente 20 minutos. O Direto do Campo, onde circulam mais de mil consumidores a cada dia, só abriu as portas às 9h da manhã, quando o ato se encerrou.
A preocupação das comunidades é referente a uma disputa judicial do terreno de 10,7 mil m² entre Governo do Estado e a Associação de Moradores da Agronômica, que faz a gestão do sacolão. O Estado tenta a reintegração de possepor se tratar de uma propriedade pública e, na última segunda-feira, 20, um oficial de Justiça esteve no local, segundo os protestantes.
— Ele esteve aqui com o papel da reintegração de posse, que tem um prazo para ser cumprido com urgência. Estamos lutando para que isso não aconteça — explica o líder comunitário do Morro do Horácio, Adriano Rodrigues.
— Até agora, não sabemos o que será feito nesse espaço, que é utilizado por todas as comunidades da região. Queremos respostas — complementa o vice-presidente da Associação dos Moradores da Agronômica, Jeferson Backer.
De acordo com a assessoria de comunicação da Procuradoria Geral do Estado, a ação judicial é exclusiva para o comércio existente no local. Os comerciantes têm dez dias para deixarem o terreno após a assinatura da reintegração de posse. Se confirmada, a saída do Direto do Campo e demais lojas deve acontecer na semana que vem.