Com base testada, governo encara as resistências ao plano de carreira do magistério
Com três semanas de atraso em relação ao próprio anúncio, o governo estadual protocolou nesta quinta-feira o projeto do novo plano de carreira dos professores. Ajustes de texto eram a justificativa para idas e vindas do texto entre a Casa Civil, a Procuradoria-Geral do Estado e a Secretaria de Educação, enquanto sindicalistas se movimentavam para combater a proposta assim que aportasse na Assembleia Legislativa. Já havia entre deputados governistas quem duvidasse que o plano fosse mesmo apresentado este ano, considerando que falta menos de um mês para o recesso parlamentar.
Se havia dúvidas no Centro Administrativo sobre a conveniência de encaminhar a polêmica proposta ainda este ano, o governo parece ter resolvido pagar para ver após as vitórias em plenário desta semana, quando conseguiu aprovar as medidas provisórias que mexiam com a jornada de trabalho de servidores da segurança pública e o enxugamento das Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs). Nas polêmicas MPs, os governistas conseguiram arregimentar 24 votos. Esse é o ponto de partida da base aliada, que pode se alargar em temas menos polêmicos e menos sindicais — a transformação das SDRs em agências só recebeu votos contrários de quatro deputados petistas.
O novo plano de carreira será combatido pelo Sinte/SC, que esperava uma descompactação salarial que aplicasse a todos os níveis da carreira os percentuais de reajuste do piso nacional. Enquanto isso, o governo entende que o plano tem a missão de reorganizar a carreira e que os reajustes devem ser decididos ano a ano – e conta com a incorporação da regência de classe aos salários dos professores para fazer essa organização. Ou seja, vai ter muito barulho e os sindicalistas podem mandar imprimir mais daquelas notas de 100 reais com a cara do governador Raimundo Colombo (PSD) que jogaram sobre os deputados na sessão de terça-feira.