Colombo reúne secretariado para definir corte de despesas
Em uma reunião do secretariado ampliada pela presença dos diretores financeiros das pastas, o governador Raimundo Colombo (PSD) apresentou uma painel sobre os efeitos da crise econômica na máquina do Estado e dividiu a equipe em grupos que vão discutir nas próximas duas semanas quais setores sofrerão cortes de gastos. O governador não quis antecipar uma meta de redução de despesas.
— Não estou trazendo um decreto meu para cancelar alguma coisa. Eu não acredito na eficiência de decreto. O que a gente vai fazer é, após a apresentação, reunir grupos de pessoas, e esses grupos vão construir, na visão deles quais as proposições que apresentam para a redução — afirmou o governador, em entrevista pouco antes do encontro que se estendeu pela tarde desta segunda-feira no Centro de Eventos Governador Luiz Henrique da Silveira, em Florianópolis.
Foram apresentados aos secretários dados sobre a crise econômica em âmbito nacional e como ela tem impactado nos Estados — especialmente em casos como o do Rio de Janeiro e do Rio de Grande do Sul, marcados por atrasos nos salários do funcionalismo e falta de serviços básicos, como distribuição de remédios. De acordo com Colombo, na próxima semana os grupos formados na tarde de ontem volta a se reunir para fechar propostas concretas de redução de custos que serão levadas ao grupo gestor — formado pelos secretários da Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Procuradoria-Geral do Estado.
Antes do encontro, foram feitos estudos sobre os gastos por área para ajuda no planejamento dos cortes. Colombo acredita que consegue manter as contas em dia durante 2016, mas avalia que o cenário econômico pode piorar no ano que vem. A área que mais preocupa é da saúde.
— Temos uma área em que o custo explodiu, que é a saúde. É uma área em que vamos ter que tomar um cuidado muito especial. As outras áreas estão conseguindo sobreviver com o cronograma que está lá e não acredito que tenhamos surpresas — afirmou.
O aumento de gastos na saúde foi causada por maior repasse de recursos a hospitais filantrópicos, gastos determinados por decisões judiciais e também pelo aumento da procura pelo serviço público em detrimentos dos planos de saúde. Efeito direto da crise, a movimentação aconteceu também na educação _ foram 25 mil matrículas a mais este ano nas escolas estaduais, segundo Colombo.
A maior preocupação nesse cenário é manter em dia a folha de pagamento dos servidores. Mesmo assim, o governador afirmou que não pretende mudar a posição contrário a aumento de impostos. Também garantiu que não vai paralisar obras em andamento, porque a maior parte delas é custeada por recursos de financiamento.
— Se a gente conseguir terminar 2016 com tudo em dia e o desemprego baixo, essa vai ser a grande obra do ano.