Procuradoria-Geral do Estado cria núcleo especializado para potencializar cobrança da dívida ativa

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) instituiu um núcleo especializado para potencializar recuperação de créditos tributários. O Núcleo de Ações Fiscais Estratégicas (Nafe) vai buscar uma melhor forma de cobrança da dívida ativa como um todo, por meio da utilização de novas tecnologias – incluindo o uso de inteligência fiscal e utilização de bancos de dados eletrônicos. Além disso, proporá alterações do fluxo de trabalho, e outras medidas administrativas e legislativas que possam resultar em um aumento da eficácia da cobrança judicial e extrajudicial dos débitos de contribuintes inadimplentes.

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Sede da Procuradoria-Geral do Estado, em Florianópolis – Foto: Ricardo Wolf

A estrutura faz parte da Procuradoria Fiscal (Profis) e vai complementar o trabalho já desempenhado pelo Núcleo de Execuções Fiscais (Nefis), que hoje é o responsável por mais de 120 mil execuções que estão em tramitação em todas as comarcas do Estado.

Coordenado pelo procurador do Estado Francisco Guardini Nogueira, o Nafe vai atuar na recuperação de créditos tributários que têm maior probabilidade de serem restituídos ao erário. Segundo ele, o objetivo é “alocar melhor os recursos nas execuções fiscais, cuja probabilidade de cobrança é maior. Nesse ponto, a proposta é segregar as dívidas e os contribuintes com estabelecimento de uma classificação da dívida e contribuintes”. Dados da Secretaria da Fazenda apontam que a dívida ativa de Santa Catarina alcançou recentemente o montante de R$ 19,5 bilhões, o que torna necessário o desenvolvimento de diferentes metodologias de cobrança e a implantação de novas tecnologias.

– O foco é toda a dívida ativa do Estado, mas serão priorizados os grandes devedores, principalmente aqueles com probabilidade de êxito na cobrança – afirmou Nogueira.

Para o procurador-geral do Estado Alisson de Bom de Souza, a criação de um núcleo específico para a elaboração de estratégias de combate à sonegação fiscal é importante porque, em muitos casos, o não recolhimento adequado de impostos pode ter relação com outros crimes, como a lavagem de dinheiro, o que demanda uma atuação conjunta de diversos órgãos públicos de Santa Catarina.

A criação de um núcleo específico deve acelerar a tramitação de execuções fiscais de valor relevante para os cofres públicos catarinenses, e resultar na proposição de medidas que garantam a recuperação dos recursos.

O Nafe atuará de forma articulada com os procuradores da área fiscal, e integrada com outros órgãos estaduais, como a Secretaria de Estado da Fazenda e o Ministério Público de Santa Catarina, no combate à sonegação fiscal de grandes devedores.